terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A busca e a chama

          Há muito tempo busco um sentido para a vida. Um sentido que faça a vida em todos os seus aspectos e formas valer a pena. Afinal, por que nascemos, por que morremos?, por que existimos? Nietzsche diz que "quem tem uma razão para viver é capaz de suportar qualquer coisa". Qualquer coisa, qualquer sofrimento, qualquer dor, qualquer dificuldade.  Mas o que é ter uma razão para viver? É ter um objetivo? Ter uma meta? Projetos? E onde está essa razão? Naquele que a tem ou na própria vida?
           Sempre busquei um sentido, e essa busca nunca foi fácil. E cada vez mais percebo que essa busca está fadada ao fracasso, à frustração. Mas não porque não existe um sentido, , o problema não está nele, mas na própria busca. A vida em si, o mundo em si não comporta um sentido. Não existe um sentido absoluto. Nem mesmo um sentido pronto e acabado para a vida de cada um. Isso é uma ilusão.
           Porém, tal constatação não deve ser motivo de sofrimento. Se a vida tivesse um sentido em si mesma, ela seria triste, chata, comum, não teria graça. A beleza da vida, principalmente da vida humana, é poder criar sempre um sentido para ela, somos nós que damos o sentido. E cada um de nós é capaz de criar um sentido diferente, até mesmo de recriá-lo sempre que necessário.
           Buscamos um sentido, mas por que nunca o encontramos? Porque não se trata de uma busca, mas de uma decisão. Trata-se de olhar para dentro e deixar a sua potência, o seu fogo interno queimar e te fazer viver. O sentido da vida é ela mesma, a própria chama que corre nas veias de cada ser nesse universo.

Thiago V. Marques

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